Entenda o que é o Transtorno Explosivo Intermitente e como a impulsividade excessiva e a agressividade descontrolada podem atrapalhar a sua vida
Você já se sentiu tão nervoso ao ponto de agredir outra pessoa fisicamente? Alguma vez agiu de maneira impulsiva e acabou quebrando coisas na hora da raiva? Já tomou uma atitude violenta consigo mesmo ou outras pessoas por não conseguir controlar suas emoções?
Se sua resposta foi positiva para alguma das questões acima, chegou a hora de entender um pouco mais sobre o que é Transtorno Explosivo Intermitente (TEI).
A verdade é que sentir raiva é algo natural. Esse é apenas mais um dos sentimentos aos quais somos expostos a todo momento durante a vida — e é importante para a formação da nossa personalidade.
No entanto, apesar de ser comum a todo ser humano, quando em excesso, a raiva pode acabar prejudicando algumas áreas da vida. Nesses casos, o acompanhamento psicológico é o primeiro e mais importante passo para lidar com esse problema.
A seguir, entenda mais sobre o TEI, quais os tratamentos indicados e se o distúrbio pode ser curado. Vamos lá.
O que é Transtorno Explosivo Intermitente?
O Transtorno Explosivo Intermitente refere-se a uma dificuldade extrema de controlar impulsos raivosos.
Pessoas diagnosticadas com esse transtorno possuem atitudes exageradas quando estão com raiva e, muitas vezes, perdem o controle de suas ações.
O TEI também é conhecido como a Síndrome do Hulk, pois o famoso personagem dos quadrinhos da Marvel foi relacionado à descoberta do distúrbio.
Na realidade, pessoas que sofrem com o TEI são como o cientista Bruce Banner: possuem um temperamento agressivo, ficam “cegos” pela ira e acabam tendo comportamentos dos quais se arrependem depois.
Nos momentos de raiva intensa, é comum que os diagnosticados com o transtorno não consigam controlar os impulsos de gritar, quebrar objetos, xingar e, em casos mais graves, partir para a agressão física.
Em geral, após a explosão, os sentimentos que prevalecem são a vergonha, o arrependimento e a culpa.
Mostrando que, de fato, essas ações não são premeditadas — e assim como quem está ao redor, a pessoa diagnosticada com TEI também sofre com a situação.
Porém, é preciso entender que nem todo ataque de fúria deve ser classificado como TEI. Afinal, sentir raiva e ficar nervoso são condições naturais do ser humano.
O que é anormal é não conseguir controlar esses sentimentos e agir de forma extremamente agressiva.
Como acontece o diagnóstico do TEI?
Se na história em quadrinhos assistimos o personagem Hulk se tornar agressivo por uma falha científica, na realidade o processo para identificar pacientes com o Transtorno Explosivo Intermitente é muito complexo.
O diagnóstico do TEI é puramente clínico, dado que não existe um exame específico para identificar o problema.
A avaliação é baseada no histórico de vida do paciente, através da exclusão de doenças ou outros transtornos, assim como em suas atitudes e sentimentos.
No entanto, o processo não é rápido e fácil: algumas pessoas naturalmente ficam mais irritadas que outras, e isso não significa que tenham o transtorno.
O ponto de partida para identificar o quadro, então, são os critérios estabelecidos pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5):
- Agressões verbais ou físicas duas vezes por semana, durante o período de três meses;
- Destruição de propriedades e objetos e/ou agressão física com lesão contra pessoas ou animais três vezes durante o período de um ano;
- Reação exagerada a situações banais e corriqueiras;
- Comportamento agressivo não premeditado, mas um impulso tomado pela raiva;
- Atitude agressiva que causa sofrimento e traga prejuízo à vida pessoal, profissional e financeira do indivíduo;
- Explosões não ocasionadas por outros transtornos mentais, efeitos fisiológicos de substâncias ou outras condições médicas.
Ainda segundo o Manual, o transtorno só pode ser descoberto em pacientes com mais de 6 anos e os homens são os mais afetados — para cada três homens, uma mulher sofre com os sintomas do TEI.
Não há como negar que a condição do distúrbio explosivo é muito séria e pode trazer resultados negativos para a vida do indivíduo diagnosticado.
No entanto, segundo um estudo americano, o transtorno atinge cerca de 5 a 7% das pessoas durante a vida e, infelizmente, a maioria dos pacientes não procura tratamento.
Afinal, TEI tem cura? Quais são os tratamentos?
Existe um jeito de evitar os ataques impulsivos de raiva? Bom, até o momento, não possui cura definitiva para pacientes com TEI, mas a condição pode ser tratada para uma qualidade de vida melhor.
Em geral, o tratamento para TEI envolve acompanhamento psicológico, terapia familiar e uso de medicamentos, quando necessário.
Durante o tratamento psicológico, o paciente aprende a identificar os gatilhos que causam as explosões e aprende formas de controlar suas emoções, substituindo atitudes nocivas, a ele e aos próximos, por ações mais controladas.
Outro passo importante no tratamento de TEI é o acompanhamento familiar, visto que o distúrbio desfavorece o bom relacionamento interpessoal.
Dessa forma, com ajuda profissional, o paciente e a família podem encontrar caminhos para lidar com os desentendimentos.
Caso outros transtornos mentais sejam identificados durante o tratamento, o uso de medicações também poderá ser uma solução para ajudar o paciente a controlar suas emoções e o sentimento de agressividade.
Dicas práticas para uma vida mais leve com TEI
- Faça um acompanhamento com profissionais da área da saúde mental
- Conheça terapias alternativas para potencializar o tratamento, o importante é manter a calma e procurar focar em pensamentos positivos e saudáveis
- Aprenda técnicas de respiração e relaxamento para regular as emoções
- Pratique esportes com frequência, os hormônios liberados durante os exercícios físicos podem ajudar na sensação de bem-estar e prazer
O Transtorno Explosivo Iminente é um desafio que necessita de atenção e cuidado constante para que o indivíduo possa viver de uma forma tranquila e saudável. Para isso, o acompanhamento com o profissional especializado é essencial para uma melhora no quadro.
Se esse conteúdo foi útil e esclarecedor, compartilhe com outras pessoas que também possam ter interesse ou precisam aprender mais sobre TEI e como lidar com essa questão. Lembramos que o artigo não substitui um diagnóstico clínico.
Procure ajuda, sua vida importa!
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